26.8.07

MÃES MÁS

MÃES MÁSDr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra JesusSite
O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula para que entregassem à seus pais. A única condição solicitada pelo mesmo, foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura. Nos dias de hoje, sementes plantadas como a deste professor, creio que devem ser repassadas, afinal, o futuro pertence às nossas crianças e somos nós que as orientamos para a vida! Boa leitura à todos! O Referido texto foi publicado recentemente por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe - Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.Estou contente, venci. Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:- "Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...".As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde estávamos à toda hora (ligava no nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia, que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil". Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.FOI TUDO POR CAUSA DELA!Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como ela foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!

8 comentários:

  1. Olá Rose.
    Boa lição de moral. Não pense que não fiz o mesmo, até cheguei há hora marcada para meus filhos chegarem e ainda ter tempo para falar com eles. Com 13 anos, meu filho era o melhor radialista da Rádio local. Como à hora combinada não estava em casa fui à sua procura. Estavam à conversa com a professora deles. Disse imediatamente à senhora que meu filho tinha obrigações a cumprir. Foi remédio santo , jamais falhou o seu horário. Beijos papai João.

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  2. Rose, eu sempre digo que ser bondosa demais não é sinónimo de boa mãe. Hoje em dia, e cada vez mais, temos que ser "más" mães.
    Não podemos facilitar, e acredito que um dia, quando nossos filhos forem adultos, nos vão agradecer por não termos dito "sim" a tudo.
    Adorei o texto.
    Bjs
    Cris

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  3. toda vez termino de ler este texto, estou em chororo.. minha filha diz que sou muito, muito má. ficava triste com isso, agora adoro escutar, acho que estou indo pelo caminho certo.

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  4. OBA!!!!!!TEMOS MAIS UM ESPAÇO PARA VISITAR...NÃO É jOÃO?

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  5. Devemos ser antes de tudo educadores... e educadores nem sempre são bonzinhosss.... rss.. qdo eu der aula vou acabar com meus alunos hehehe... chamada oral tdo dia.. provas surpresas e tdo mais hahahaha brincadeira... mas acho que sempre aprendi mais com professores que me cobravam mais.. naum sou pai ainda... mas acho q qdo for naum irei tbm ser tão bom... ahhhh entrou no meu orkut e nem me mandou um oi? rsss imperdoavel.. pode voltando lah e deixando um alou.... urubu de meu louro nunca... mas cachorro de cumpadre jah rsss....

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  6. é, sr. rafael, quando for pai tem q ser severo o mais possível.
    enquanto isso, vá observando o mundo de hoje e tire suas bases por aí.

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  7. É mesmo, rose, mãe má é o que é preciso. Um dia eles entendem, como eu entendo tão bem, hoje, a "maldade" da minha mãe. Às vezes dói quando acham que somos exageradas, stressadas (como o meu mais novo me chama muitas vezes, quando o aconselho sobre isto e aquilo), dramáticas, enfim... Há coisas, no entanto, que eles terão de aprender à sua custa. Nunca acreditam em tudo o que lhes dizemos. Têm de experimentar para saber o amargo da vida. Faz parte do processo de crescimento e, às vezes, são as lições que melhor aprendem. A nós, mães, compete-nos alertar. Controlar tudo é impossível. Os ensinamentos, contudo, ficam lá, tal qual sementes que um dia germinarão.
    Seja má mãe, mas sem ser controladora em excesso. Ensinar que a liberdade tem custos,riscos, consequências e preço também é importante.
    um beijão

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  8. è isso mesmo, anete. digo sempre que tudo na vida tem preço.Quando dou liberdade digo que tem um valor, quando prendo , digo seu preço.No final é só somar e ver os resultados.No caso dos meus filhos o resultado vai demorar um pouco, pois digo que terão total liberdade depois dos 18 anos, quando já forem donos do seu próprio nariz. (mesmo assim vou ficar na cola, é claro ainda vou ser a mãe...)

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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DA CAMINHADA.AGRADEÇO PELOS COMENTÁRIOS.